segunda-feira, 9 de agosto de 2010


O prazer é uma canção de liberdade, Mas não é a própria liberdade.É o despontar dos teus desejos,Mas não o seu fruto.É um abismo a clamar pelo céu,Mas não é nem o abismo nem o céu.É a ave enjaulada a voar em liberdade,Mas não é o espaço que ela percorre.Na verdade, o prazer é uma canção de liberdade. Gostava que a cantasses com todo o teu coração, Mas não quero que percas o coração ao cantá-la. Alguns jovens buscam o prazer como se fosse tudo na vida,E, por isso, são julgados e repreendidos. Eu não os julgo nem os repreendo.Prefiro dizer-lhes que partam em busca.Não ouviste falar do homem que estava a cavar a terraÁ procura de raízes e encontrou um tesouro?Alguns anciãos recordam os seus prazeres com remorsos,Como se fossem erros cometidos durante a embriaguez.Deviam recordar os seus prazeres com gratidão,Como quem recorda as colheitas de Verão.Os que não buscam nem recordam temem o prazer,Pois pensam que lhes irá prejudicar o espírito.O teu corpo conhece a sua herança e as suas necessidades, e não se deixará enganar.E o teu corpo é a harpa da tua alma;Pertence-te e cabe-te a ti criarUma doce música ou sons confusos.E agora perguntas, no teu coração:"Como poderei distinguir o que é bomdo que é mau no prazer?"Vai para os campos e jardins e verás que a abelha tem prazer em tirar o mel da flor, Mas também se deleita a flor ao dar o seu mel à abelha.Para a abelha, a flor é uma fonte de vida. E, para a flor, a abelha é a mensageira do amor.E tanto para a abelha como para a flor, dar e receber prazer é tanto uma necessidade.Como um êxtase. Portanto, no prazer, sê como a abelha e a flor.

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